29 de março de 2013

Swann - Carol Shields

   Este romance da autora canadense Carol Shields trata da história de uma poetisa do interior canadense chamada Mary Swann e que foi morta pelo marido sem nenhum motivo aparente. Como a maioria das mulheres da zona rural, as atividades de Mary Swann se reduziam a idas ao mercado e cuidar da casa; a única coisa que poderia ser considerada fora do comum era a regularidade com a qual ia para a biblioteca pegando sempre dois livros de cada vez. Por fim ela conseguiu sua primeira e última publicação - morreu logo depois.
   Tudo isso mexeu com a curiosidade de biógrafos, estudiosos, escritores, enfim, todo o meio literário de repente se perguntou quem era essa mulher que conseguia fazer versos tão brilhantes vivendo uma vida tão medíocre, tão comum.   O romance é dividi em cinco partes, sendo quatro delas dedicadas a cada um dos personagens principais: a pesquisadora feminista Sarah Maloney, o pedante biógrafo Morton Jimroy, a bibliotecária e amiga de Mary Swann, Rose Hindmarch e Frederic Cruzzi o editor que publicou a obra de Swann.
   A leitura flui facilmente - me causou certa nostalgia a troca de cartas de Sarah com seus conhecidos, eu tinha esse costume e era maravilhoso, foi bom lembrar disso.

"Entre os meus amigos sou conhecida como a Rainha da Correspondência (...). Esse é o meu retiro de excentricidade. Meu trabalho de crochê. Meu molho de maçã."

   Ela realmente tem um cuidado, um ritual para ler as cartas e respondê-las - adorei isso, vou roubar o hábito.
   Enfim, voltando, nossa primeira personagem é justamente a Rainha da Correspondência. Aqui ficamos sabendo como acontece a descoberta da poetisa.

   Na parte de Morton Jimroy - escrito em terceira pessoa - já ficamos por dentro da vida de Mary, já que é ele o biógrafo dela e ficamos ainda mais intrigados, tanto quanto o próprio Jimroy que se vê sem material algum pra trabalhar da descrição da vida de uma mulher que não fazia nada além de compras e trabalhos domésticos e lia livros de qualidade duvidosa. Obsessivo ele interroga a filha da autora, pensa em todo tipo de teoria conspiratória, especula de todas as formas possíveis a respeito da vida dela. Aqui é interessante observar o trabalho do biógrafo, desde o que o leva a escolher uma persona para escrever até o processo de pesquisa, as entrevistas, as próprias ideias e teorias...

   Rose Hindmarch é a maior esperança para os 'swannianos'; ela foi a pessoa mais próxima de Mary Swann e também foi quem incentivou a publicação dos poemas. Rose é uma mulher solitária e também ambígua - sua complexidade é no livro a única coisa que tem o poder de chamar mais atenção que a própria história de Swann; ela se equilibra entre os lampejos de mulher moderna - além de bibliotecária, tem cargo na prefeitura, é curadora do museu da cidade e participa do conselho da escola de uma igreja - e sua vida solitária - sem nunca ter casado nem ter se envolvido com ninguém, ela vive as voltas com sua solidão que
procura preencher, além dos trabalhos, com livros de detetive que ela adora.

"Uma mulher de muitos chapéus, portanto, os quais ela sente feliz de possuir (...) embora existam momentos em que experimenta uma sensação apavorante de perda, a suspeita irritante de que, por baixo dos chapéus, não há nada além de um espaço gelado ou o tímido arranhar de alguém que deseja apenas agradar os outros."

   Já Frederic Cruzzi o editor de Mary Swann é o semblante da velhice. Nós entramos na história dele, das suas particularidades, mas principalmente dos fatores que o fizeram velho - algo muito além da idade. Mais uma boa oportunidade de observação do meio literário, a descrição de como funciona uma pequena editora independente, como são escolhidos os autores que serão publicados... Mais informações sobre Mary são esclarecidas - e toda tudo mais confuso a respeito da mulher.

   Finalmente, chegamos a última parte que consiste num simpósio dedicado ao estudo da obra da poetisa Mary Swann. Lá os quatro personagens se encontram.
   Bom, acho que já dei spoiler demais, o fato é que a última parte tem a estrutura totalmente modificada o que no início parece ser bom, mas logo torna a leitura cansativa e maçante - não só pela estrutura. A história também fica morna, Carol parece perder um pouco do fio da meada e leva o mistério em banho maria, até chegarmos a um fim patético e sem graça, que não consegue surpreender nem motivar qualquer sentimento a não ser decepção. O final destruiu o livro todo, até então bem conduzido apesar de não ser uma das coisas mais excitantes que já vi.

   Vale a leitura pelo mergulho em vários poços do mundo literário e por passagens brilhantes da Carol Shields, que também nos faz o favor de mostrar alguns dos poemas de Swann para que tiremos nossas próprias conclusões. Só não espere tanto do mistério que aparece na última parte.

Até a próxima resenha, people ;*

28 de março de 2013

Promoção!

Os blogs O reino de Betra, Denise Beliato e Eclética juntaram-se nessa super promoção.
Sortearemos três exemplares do livro O amor de Deus do autor Wilson Santos.
Regulamento
Compartilhar essa promoção

Resenha Adolescente Alguém te entende - Renata Martins



A autora narra com muita clareza e sinceridade esse livro.
Sabe descrever muito bem o que os adolescentes passam,
as novas descobertas, as paixões, os amigos, estudo, 
porque os pais dos nossos amigos parecem ser mais 
legais que os nossos, entre muitos outros assunto que 
vão te interessar..
Ela fala de tudo e mais um pouco de uma forma 
atraente, que te faz entender e compreender 
tudo o que ela ensina, naquilo que ela
mesma já passou. E principalmente nos mostra que quando ninguém nos entende, 
há alguém que nos entende de uma maneira única, Deus!

Um livro recomendado para adolescentes e também pais.

A capa ficou perfeita!!!

Um livro envolvente, verdadeiro e sincero!


27 de março de 2013

Projetos...


Não conte os teus sonhos e projetos a todos, pois nem todos estão aptos a ouvir sobre os intentos e propósitos do teu coração.


Verdades precisam ser ditas. Sentimentos devem se demostrados. Projetos devem ser executados. Viva menos na teoria e mais na prática...



Um futuro não é feito à base de planos e projetos, mas sim, detalhes do presente.

26 de março de 2013

Vamos lá Mary Poppins



Já passava das oito da manhã e Dora ainda não tinha se levantado, aliais estava desempregada, porque estaria de pé logo cedo? Porém sua maior vontade era de acordar cedo e ir para um trabalho que poderia nomeá-lo de seu. Desde seus 14 anos começou a trabalhar de babá e embora cuidar de crianças seja sua paixão, não tinha como objetivo trabalhar cinco anos nisto.
Tinha 19 anos e agora gostaria de desempenhar uma função em que pudesse dizer que era bem sucedida. Não que o trabalho com as crianças não daria nenhum crédito, mas quantos nomes de sucesso poderiam ser listados na função de baby-sitter.
Além de Mary Poppins não conhecia nenhum outro nome, entretanto Mary era um personagem fictício de um filme. Absolutamente não havia ninguém.
Espreguiçou na cama e sem coragem pegou seu óculos de grau na cabeceira, detestava usa-los, sabia que aquilo não ajudava em nada na sua aparência e a única coisa que ele fazia era com que ela se parecesse com uma CDF, coisa que ela repugnava, pois sabia que não era inteligente, embora sua irmã dissesse que fosse ela sempre discordava. Não é por que não acreditava em suas habilidades, mas sim por não ter passado em dois vestibulares.
Trabalhar e estudar eram seus maiores desejos e ela correria atrás de seus sonhos até o fim, mesmo que tudo pareça o contrario.
Levantou-se lentamente da cama e deu uma analisada pelo quarto que estava uma bagunça.
-Como posso cuida de crianças se nem sei manter meu quarto organizado? –refletiu consigo.
Roupas no chão, livros fora do lugar, guarda-roupa com as portas abertas e as roupas reviradas lá dentro e seu tênis sujo debaixo da cama.
Esse é o quarto de uma exper em crianças? – pensou ela
Depois de visualizar sua bagunça foi ao banheiro escovar seus dentes.
*****
Pegou um elástico prendeu seus cabelos em um coque e foi para cozinha tomar seu café.
-Já estava na hora de acordar.
Ainda com sono ignorou o comentário da mãe e sentou-se a mesa e despejou café em sua caneca favorita.
-Consegui um emprego pra você.
Isabel sua mãe disse feliz sentando-se ao seu lado.
Dora perplexa olhou-a por cima dos óculos ao terminar de beber o primeiro gole de seu café.
-Sério? E onde seria? – perguntou meio animada.
-Então... a dona Marta nossa vizinha tem uma amiga que acabou de ganhar seu segundo filho. – falou pausadamente escolhendo as palavras.
A garota revirou os olhos ao fazer ideia do que estava por vir.
- ... e ela esta a procura  de alguém e eu indiquei você. Dona Marta já falou com sua amiga e passou o endereço pra você ir falar com ela. Não é maravilhoso?!
Sua mãe sorriu esperando que a filha dissesse algo, embora, Dora só fez uma careta e continuou a beber seu café.
-Olha filha eu sei que não é o que você queria, porém o salário é muito bom e é só temporário até que alguma loja ou empresa te chame.
-Temporário? – debochou – quem nem os outros?
Isabel a olha apreensiva.
-Tudo bem, eu vou. Mas, por favor, mamãe não me arranje mais nenhum emprego, principalmente de babá.
-Está bem querida. Vou avisar a Marta que você aceitou. –disse isso e saiu.
Isabel tinha maior orgulho de suas filhas e só de saber que Dora é tão elogiada no que faz a deixa muito feliz e mesmo que Dora queira fazer algo a mais da sua vida ela detesta desapontar sua mãe.
Ainda sentada comeu três bolachas e terminou seu café, levantou-se e foi até a janela que de lá podia ver a mãe eufórica conversando com a vizinha.
-É isso ai Mary Poppins. Vamos trabalhar.


25 de março de 2013

Mais quotes do livro O amor de Deus


24 de março de 2013

Simplesmente Ame e Uma vida que Surpreende

    Pessoal tenho duas super novidades para vocês \Ô/

Em Maio finalmente será lançado o meu livro Simplesmente Ame!..Huhuh

Melissa leva uma vida sem grandes emoções enquanto vivi praticamente escondida atrás do balcão da sorveteria em que trabalha. Mas, quando menos espera, a própria vida resolveu lhe sorrir e a colocou frente a frente com Érique. De início, ele não parecia ninguém importante, mas, em pouco tempo, os braços fortes e acolhedores daquele rapaz passaram a ser o único refúgio de Melissa. No entanto, as coisas não saíram como ela planejava. Depois de tantos acontecimentos estranhos e inesperados, as armadilhas do destinho acabaram separando o casal. Por que, de repente, tudo começou a desmoronar e nada mais parecia fazer sentido? Melissa precisava de respostas, mas ninguém, absolutamente ninguém as queria dar, e ela não sabia mais com quem contar. Estava rodeada de segredos e mistérios. Afinal, o que estava acontecendo?
"Melissa se aproximou, mas ele não a encarou por falta de coragem. Não sabia se foi por estar com os olhos vermelhos ou por achar que talvez não compreendesse a sua atitude minutos atrás... No entanto, ela fez algo que só em momentos marcantes e tocantes teria coragem para fazer. Entrelaçou os seus dedos em sua mão. Érique então a fitou com o semblante um pouco mais sereno. Olharam-se profundamente como se pudessem transmitir tudo o que sentiam. Então ele beijou sua testa num gesto de ternura que a fez suspirar. Aproximou-se levemente enquanto acariciava seu rosto. Seus lábios ficaram a poucos centímetros de distância enquanto os olhos trocavam segredos. Foram poucos os segundos em que tudo isso aconteceu, mas o suficiente para nutrir algo que nem ela compreendia naquele precioso instante. "


Simplesmente Ame!

Em breve...

Para aqueles que prestigiaram as minhas histórias desde o começo do blog, principalmente
o romance Uma vida que Surpreende, se Deus quiser, em Agosto  será lançado...
Huhuhuhu.... Finalmente poderão saber o que de fato aconteceu com a nossa querida e surpreendente
Amanda.

Agora é só aguardar!!!

20 de março de 2013

Outono...

Está fazendo um dia lindo de outono. A praia estava cheia de um vento bom, de uma liberdade. E eu estava só. E naqueles momentos não precisava de ninguém. Preciso aprender a não precisar de ninguém. É difícil, porque preciso repartir com alguém o que sinto. O mar estava calmo. Eu também. Mas à espreita, em suspeita. Como se essa calma não pudesse durar. Algo está sempre por acontecer. O imprevisto me fascina.



Nossa existência é transitória como as nuvens do outono. Observar o nascimento e a morte do ser é como olhar os movimentos da dança.
Uma vida é como o brilho de um relâmpago no céu. Levada pela torrente montanha abaixo

Roube da primavera o seu aroma, do verão a sensualidade, do outono a transformação, do inverno o recomeço e reconstrua-se.

Dia do blogueiro

   



Pessoal hoje é o dia do blogueiro!
Quero desejar parabéns e sucesso para todos os blogueiros.
Não é um trabalho fácil conseguir conquistar um lugar no mundo dos blog, mas
é muito gratificante. 
Lembro de quando comecei há uns 4 anos atrás, primeiramente criei
o blog apenas para divulgar os capítulos do meu romance "O reino de Betra".
Depois de alguns meses eu parei de postar, desanimada com o pouco acesso.
Alguns meses depois acabei voltando e continuando a postar os capítulo do meu romance.
Comecei a divulgar pelas redes sociais (chegou a era do Facebook) que ajudou a levantar e muito o blog.
Então comecei a querer aperfeiçoar ainda mais. Conforme foi crescendo a minha paixão pelo mundo literário, também foi crescendo a minha vontade de usar o blog como uma ferramenta de divulgação.
E então nasceu O reino de Betra - Blog Literário.
Hoje temos entrevistas com autores nacionais, resenhas, dicas, inspirações, um pouco sobre o português e também um novo romance que estará ao ar toda semana. Além de colaboradores super queridos.

E tudo isso graças ao seu apoio, acesso e comentários.
Obrigada pelo carinho, por cada comentário.
Isso tem muita importância para nós blogueiros, é uma prova
de como está o nosso trabalho.

Beijos a todos e fiquem sempre ligados em O reino de Betra!!!
Faça parte da nossa família!

Obrigada Deus querido pois sem o Senhor nada disso seria possível!




19 de março de 2013

Rodrigo e seu violão

                    Rodrigo estava sério como sempre. Seus colegas de trabalho já conhecia o seu jeito, era rara as vezes que abria um sorriso sincero. E conversar então... Não era sempre que conseguiam, mas quando acontecia era notável como ele era um cara interessante.
            As moças do escritório faziam de tudo para chamar sua atenção. Isso há um ano, quando ele acabara de entrar na empresa de Marketing Show. Como virão que nada do que faziam chamava a atenção daquele charmoso jovem, então começaram a tratar apenas como um cara normal. E para o espanto delas isso realmente deu certo. Quando menos esperavam ele abria um sorriso deixando-as de pernas bambas.
            Rodrigo chegou em casa e tomou uma rápida ducha.
Tinha apenas uma hora para chegar até a lanchonete que tocava toda Sexta-feira.
            Encarou-se no espelho. Era a hora de fazer a barba.
Parte do seu trabalho era manter-se sempre impecável em todos os sentidos.
Mas, para facilitar a sua vida a genético deu um leve empurrãozinho, ou seja, não precisava de muito esforço para ficar atraente.
Sua pele morena se contrastava com aqueles belos pares de olhos azuis. Não tinha quem não repara-se em Rodrigo. Os cabelos levemente ondulados davam um charme ainda maior, no entanto, o porte físico era o que a mulherada via de longe... Bom, mas é melhor não entrar em muitos detalhes, acho que deu para perceber que Rodrigo chamava muito a atenção.
            A lanchonete estava cheia como sempre. Rodrigo começou a dedilhar calmamente verificando a afinação. Era perfeccionista quando trabalhava.
Estava tudo perfeito, como gostava.
Continuou a dedilhar não se importante com as pessoas que o observavam.
Fechou os olhos tranquilamente embalado por aquelas notas tão lindas e sinceras que vinham do seu próprio coração.
Isso sempre acontecia na Sexta-feira. A semana poderia ter sido horrível, poderia estar exausto, mas aquele momento era sagrado para ele. Nada mais importava. Era apenas ele e o seu violão, seu único fiel amigo.
O tempo passa e tudo pode mudar
Eu acredito...
Por que não quero mais
O teu coração
Não quero mais sentir
O que tanto me destruiu...

            As pessoas sentiam cada palavra que Rodrigo cantava, era como se todo tivessem vivido aquilo. Cada palavra, cada frase, cada melodia ele cantava com força e coragem.
Todos sempre o aplaudiam de pé no fim da sua apresentação.
Era era um cantor de sucesso na cidade, mas ninguém sabia o motivo de tudo aquilo,
a dor que guardava em seu coração... E a música era apenas um desabafo e sua indignação.
            Sábado havia outra apresentação, dessa vez era no Clube Vion.
Já era da casa fazia alguns meses e pelo menos duas vezes por mês tocava ali.
_ Oi Rodrigo! Quer companhia hoje? – Roberta, a garçonete perguntou como sempre fazia, dando em cima dele. Não aceitava não como resposta, por isso sempre insistia.
Rodrigo deu aquele sorriso irresistível fazendo-a se aproximar ainda mais dele.
_ Hoje não.
Ela o encarou seriamente _ O que uma garota precisa fazer para ficar com você?
Não me querer já é um bom começo”, pensou ele abanando a cabeça achando graça da insistência da garçonete.
Poderia ter dito “Não desista”! Mas, não era o seu tipo de garota.
Era linda e atraente, no entanto, isso só não bastava. A decisão não era sua e sim do pulsar do seu coração. E isso foi o que o levou a ficar daquele jeito.
Como odiava o momento que decidiu ir adiante com aquilo que ele mesmo temia...




           


 renata massa