Vamos conhecer mais um co-autora da coletânea Um pouco de nós.
Sinta-se a vontade e prestigie os novos talentos...
Quem é "você"?
Meu nome é Cosmo de Athanázio. Tem
um Araújo no meio que resolvi cortar (para decepção do familiares do
lado dos Araújo). Gosto de me identificar como filho de Minas, adotado por São
Paulo e apaixonado pela Bahia, sua gente, sua terra, seu jeito. Sou de libra,
portanto sonhador. Sou mais emoção que razão. Tenho um coração que não vale
nada, desobediente e tolo. Apaixona-se tão facilmente que me dá um trabalho
incrível esse menino que insiste em não acompanhar meus 56 anos. Ama como um
adolescente, é imaturo como um leonino e sofre como um adulto. Gosto de
poesias, de cinema, de teatro, de gente. Hã? Você só queria saber meu nome,
desculpe.
Quando e por que começou a escrever?
Não sei quando comecei a escrever. Olhando para trás percebo
que tenho coisas escritas desde os meus treze anos, mas também fazia algumas
"artes" antes dos 10. Minha irmã lia muitas fotonovelas e posso dizer
que a primeira palavra que li sem saber ler foi em uma das revistas Sétimo Céu,
Noturno ou Ilusão. Quando aprendi a ler eu costumava brincar de encenar essas
histórias com alguns bonequinhos em miniatura e então eu fazia
minhas próprias adaptações. Acho que foi daí que nasceu a paixão
pelos textos, pelos dramas. Me apaixonei muito cedo, e isso me inspirou muitas
poesias adultas e doloridas para um menino de 13 anos. São poesias que nunca
foram lidas por ninguém e que um dia espero ter coragem de mostrá-las.
Tem algo publicado?
Não. O conto no livro Um Pouco de Nós foi o primeiro.
Qual o seu conto no livro "Um pouco de nós"
O título do meu conto é Malandrinha. Começa com a a
introdução de uma música com o mesmo nome.
Dá onde surgiu a ideia de escreve-lo.
Dessas inspirações que a gente tem de repente. Tive vontade
de escrever sobre a idolatria, as pessoas que colocam num pedestal o ser que
ama, sobre as pessoas que amam idolatradamente e não são capazes de suportar a
verdade que este tão tão amado é uma pessoa normal, não é tão especial. O conto
já o tinha desde 1984. Primeiro havia o adaptado, assim que soube das regras do
concurso, para a frase do Machado de Assis: Não se ama duas vezes a mesma
mulher. Depois de tanto mexer um pouco aqui, esticar um pouco ali percebi que a
frase de Gilberto Braga e Ricardo linhares cairia bem no contexto do que
acontece com o personagem,. "Pronto, morri..." deu um ar menos dramático à situação.
Qual foi a sensação de fazer parte deste projeto.
Participei porque uma amiga, fã de minhas colocações e
pequenos textos no face me incentivou a escrever a biografia do pai dela. Então
com o projeto aprovado postei no face que ia escrever um livro. Foi um tal de
incentivos e elogios que me assustou de início. era muita gente torcendo por
mim e querendo ler o livro que escreveria. O projeto não foi pra frente devido
a alguns acontecimentos inesperados que aconteceram tanto na vida da minha
contratante, como na minha. Depois uma outra amiga começou a me enviar sites de
concursos literários e incentivar que participasse de algum deles. Confesso que
foi difícil me desapegar do texto. O primeiro que iria mandar para o mundo
afora, a minha apresentação, meu cartão de visitas.Havia vários
"filhos" para escolher um e mandar embora de minhas gavetas. Chegou
um momento em que achava que não conseguiria, achava que meus textos bobinhos
demais, só serviam pra mim. Mas as pessoas que me liam no Face pensavam o
contrário. então fui acreditando que tenho jeito mesmo e quase no prazo final
conseguir enviar Malandrinha para o concurso. Arrependi mil
vezes. Malandrinha ia dar vexame, ninguém iria se importar com ela. E
se não me devolvessem? E se rissem dela e não com ela? Mas já tinha enviado,
agora era só esperar. E como foi dura essa espera. quando a Elaine publicou que
ria e chorava com alguns dos textos recebidos meu coração bateu
descompassadamente. Estaria Malandrinha entre os textos que a faziam sorrir?
Depois não falava-se mais do assunto e os meses pareceram anos. Quando
finalmente veio o resultado e vi que minha Malandrinha estava entre os
classificados para fazer parte do livro me enchi de orgulho e alegria. Foi como
se anunciasse que meu filho nascera, nunca tive filho para comparar
mas acho que deve ser a mesma a emoção. Eu nunca sonhara em ser escritor,
agora sonho. eu nunca tive coragem de compartilhar meus textos, minhas
inspirações, agora tenho. Quando recebi o livro prontinho, com meu nome na capa
e tudo fiquei ansioso para ver como "vestiram" Malandrinha, como era ter
um conto diagramado, arrumadinho num livro de verdade. Contive minha ansiedade
e me torturei um pouco mais. Fui lendo e me deliciando com os contos que
antecederam o meu até chegar na página onde estava a minha cria. Onde estava
Malandrinha. E ri e chorei ao ler meu conto. MEU conto!
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Não duvide de você se as pessoas acreditam. Se você gosta do
que faz, você há de fazer bem feito. Persista.
Quero ser seu amigo no face.