Pela primeira vez Dora estava decidida a dar um rumo em sua
vida. Depois que tivera a conversa com Rodrigo aquele cantor do barzinho teve a
certeza que a vida dela não estava pior que a de muitos. Estava na hora de se
levantar e correr atrás de seus sonhos; não pode querer que as coisas
acontecessem ficando de braços cruzados.
Entrou em seu quarto e encarrou as roupas sobre sua cama. Já
passava da meia noite e estava exausta, porém estava decidida a mudar o rumo de
sua vida então começou a dobrar suas roupas.
-É melhor começar a ser organizada. – disse pra si mesma.
Depois de meia hora já tinha acabado de dobrar todas as
roupas, pegou um monte e foi em direção ao seu guarda-roupa.
Ao abri-lo deparou-se com a bagunça de sempre.
Ninguém merece. –pensou desanimada.
Suspirou, levou as roupas de novo na cama e pegou seu
celular, ao ver que horas eram desistiu de continuar a organização. Pegou uma
cadeira e empilhou as roupas nela.
-Uma coisa de cada vez. –falou olhando a pilha de roupas.
Vestiu uma camisa que mais parecia um vestido, apagou a luz
e relaxou a cabeça no travesseiro e a primeira coisa que veio a cabeça era
Rodrigo.
-Como ele é bonito e canta bem. – disse sussurrando e
suspirando. – Espero vê-lo novamente.
Ai, meu Deus! Será que estou me apaixonando? – pensou
Levantou-se e sentou na cama.
Isso é loucura, eu nem conheço ele. – voltou a deitar-se.
Mas, posso conhecê-lo. – sorriu ao fechar os olhos.
Fazia tempo que ela não se apaixonava e aquele belo rapaz
tinha todas as qualidades que uma garota gostaria de encontrar em um namorado.
Ainda sonolenta Dora lembrou-se dele no elevador e da
conversa que ele tivera com uma garota. Alegre entregou-se ao sono na esperança
de vê-lo no prédio de Carol.
-Oi Dora. –falou Carol com um sorriso travesso.
-Carol o que esta fazendo perto da janela? – Dora falou
apreensiva. – Sai dai que você pode se machucar.
Carol cortou a grades de proteção e sentou se na janela.
-O que esta fazendo!? – a babá se aproximou dela com
cuidado.
A cabeça de Dora doía só de pensar no que poderia acontecer.
-Se eu me machucar a culpa será toda sua.
A garotinha deu uma gargalhada e pulou fazendo com que Dora
acordasse assustada e toda suada.
Respirando ofegante e preocupada olhou para os lados pra ter
noção de onde estava. Aliviada por estar no seu quarto deitou-se novamente.
-Eu mal comecei a cuidar da menina e ela já esta me causando
pesadelos.
Apesar do susto voltou a dormi.
O dia não começou bem para ela por ter dormido tão tarde e
por causa do pesadelo acabou acordando quase dez horas. Buscou Carol na escola
e já estava chegando ao prédio, junto com a garotinha entrou no elevador.
Estava desanimada e triste, entretanto tudo passou quando
Rodrigo entrou logo atrás dela e a cumprimentou com o mais belo sorriso o que
acabou colorindo seu dia.
-Esperem! – gritou uma garota antes que as portas do
elevador se fechassem.
Era a mesma garota da discursão com o Rodrigo, com muita
educação cumprimentou a todos e Dora percebeu o certo olhar de cumplicidade
entre ela e Rodrigo.
Pronto estou sobrando. – Pensou decepcionada.
Assim que as portas se abriram ela e Carol saíram sem falar
nada.
-Cadê a chave do seu apartamento? – interrogou a menina.
Carol arregalou os olhos.
- Eu me esqueci de pegar hoje cedo. –confessou.
Dora irada passou a mão na testa.
-E eu pensava que não podia piorar.
Sem forças nenhuma encostou na parede e deslizou até estar
sentada no chão.
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