27 de setembro de 2012

Entrevista com Lu Piras

A partir de hoje, todas as quintas-feiras trarei algo diferente!

          Há semanas estava pensando em fazer isso e agora está se concretizando.
Há muito autores novos que não conhecemos. Ainda os autores internacionais dominam as nossas estantes de livros. Mas acho que está na hora de darmos mais atenção aos nossos queridos autores nacionais.
Isso já tem acontecido, mas creio que é preciso ainda mais divulgação e também mais leitores.
Pelo que vi numa pesquisa há algum tempo, há muitos escritores escondidos por ai para poucos leitores.
É hora de mudarmos isso. Vamos ler mais gente!!!

E para inaugurar esse novo tempo no blog, a escritora que vocês irão conhecer hoje é a querida Lu Piras.
Amei conhecê-la. Lu, você é muito querida e simpática.

1. Quem é Lu Piras?

É uma apaixonada por livros, romântica incurável, simples no jeito de ser e ousada para sonhar.

2. Como e quando você começou a escrever?
Eu sempre gostei de escrever, desde a infância. Na adolescência escrevi um livro que nunca foi publicado. Só em 2009 é que realmente eu resolvi fazer uma pausa na minha vida e começar a olhar para dentro de mim, das minhas necessidades, dos meus sonhos. E descobri que poderia publicar um livro.

3. Foi fácil o processo para conseguir uma editora? Conte-nos como foi.
Foi difícil. Quando eu percebi que o que havia escrito incessantemente durante 7 meses se tornaria um livro, corri atrás de editoras pelo método convencional, isto é, imprimi dezenas de cópias e enviei para elas. Mas isso não resolveu e eu acabei por me decepcionar. Depois de um período de quase um ano em que quase desisti, uma amiga me despertou para o meu sonho novamente. Ela me apresentou alguns autores que me disseram que sem um blog eu não sairia do lugar. Ok, então eu decidi criar um site, um blog e ainda fiz uma petição online para recolher assinaturas para a “causa da publicação de Equinócio”. Isso foi o que atraiu a atenção da minha editora, que vendo o meu empenho, quis conhecer o meu trabalho.

4. Qual foi a sensação ter um livro seu em suas próprias mãos?
Indescritível! Mas sabe que o que mais me emocionou não foi ter o livro em mãos, mas quando eu vi a capa pela primeira vez. Quando o designer me enviou o arquivo da capa, foi quando eu chorei. A essência do livro estava exposta ali. Quando senti o livro nas mãos, bem, eu não me senti impactada. Era o sonho concreto ali, mas eu já estava acompanhando aquele processo todo.

5. Este é o seu primeiro livro, certo? Conte-nos um pouco sobre ele.
Sim, Equinócio é o primeiro livro de uma série sobrenatural. Todos os livros estão escritos. Em Equinócio, os leitores vão conhecer a Clara, uma estudante de medicina de 21 anos e o seu anjo da guarda, Nath-Aniel (Nate). Tentando protegê-la, Nate irá se apaixonar por ela e os dois viverão o conflito do amor proibido. O diferencial dessa história de anjos é que os clichês românticos foram escritos e explorados de maneira que não soam como clichês e, além do tema da criônica como um assunto polêmico debatido na história, a trama se desenrola no Rio de Janeiro, com todas as referências que um livro nacional merece ter. Assim, a história, os personagens, a trama se tornou verossímil. Foram feitas muitas pesquisas sobre angelologia, pois eu queria ter bases científicas para as explicações e teorias de Nate, eu queria que ele fosse real e quase tangível ao leitor, embora seja o anjo mais etéreo da literatura sobrenatural atual. Eu me inspirei muito em Cidade dos Anjos e na mitologia de Eros e Psiquê, o conflito daquele que tem uma missão, mas ao apaixonar-se pelo objeto da missão, coloca-o em risco. Românticos de plantão vão se deliciar com todas as cenas do casal. Aqueles leitores mais ávidos por ação precisarão esperar os próximos volumes, uma vez que Equinócio é a introdução do romance e do conflito. Muitos ganchos preparam o leitor para a sequência, Polaris, que deverá sair no ano que vem.
Um trecho para saciar a curiosidade dos que ainda não conhecem:

“Nate eleva os pés do chão. Suas asas abertas estendem-se de um lado ao outro do quarto, tocando as paredes. E ele permanece assim, imóvel, como se fosse um afresco no teto do meu quarto. Toda a beleza, todos os movimentos artísticos, sem paralelo para os meus sentidos: tudo está aqui.
― Estou reincidindo no mesmo erro ― diz ele, de repente.
― Por amor. Quem ama não erra.
― Como anjo, o meu amor não deve ser restrito ou diferenciado, Clara.
― Como anjo, Nate. Você deve ser tão humano quanto anjo.
Com meu corpo agora estendido na cama, gostaria de flutuar também e me juntar a ele.
― Ah, Clara... ― ele suspira ― você não quer mesmo entender. Como pode sequer supor que eu seja as duas coisas?
― É como eu vejo você. Como o equinócio, a tenuíssima linha imaginária que separa o dia e a noite em partes iguais. O dia e a noite convivem, mas nunca se encontram. Para que um se revele, o outro precisa se esconder. O instante em que isso acontece e os astros se cruzam, é aquele em que você decide ser quem é.”

6. Vi que sei livro é um romance fantástico. Como é isso? Conte como foi surgindo essa idéia.
A ideia surgiu da mitologia de Eros e Psiquê tão bem refletida na escultura de Antônio Canova. Eu busquei uma analogia para esse mito, imaginando como seria se um anjo se apaixonasse por uma humana. Eu queria um romance delicado e sobrenatural, quase etéreo. Nate (Eros) seria um cupido que errou a sua flecha e acabou por acertá-la naquela a quem deveria proteger. Eu sabia que existem inúmeras histórias com essa mesma base, mas eu procurei algo inovador, com histórias paralelas e situações que fossem além do previsível.

7. Qual dica você daria a aqueles escritores novos que estão batalhando para publicar seus livros?
Não desistam! Acreditem em vocês e persistam. É uma luta diária que só pode ser vencida com muita determinação. Divulguem bastante, façam contatos no meio literário, procurem se aproximar das editoras e explorar muito as minúcias do mercado. Eu costumo dizer que os talentos acabam por sobressair. Estamos numa fase muito boa do mercado e as portas estão se abrindo para aqueles que têm talento.

 Conheça mais sobre ela e seu trabalho aqui!

5 comentários:

Lu Piras disse...

Obrigada pela bela entrevista, Joice.
Foi um prazer conversar com você sobre o que mais amo fazer na vida!
Muito sucesso e parabéns pelo blog!

Beijocas,

Lu
@LuPiras80
www.equinocioaserie.com

Unknown disse...

Adorei conhecer um pouco da história de Lu Piras. Acho que de um modo carinhoso um escritor sempre se identifica com o outro. A luta, o começo difícil, a tentativa de mostrar seu trabalho... A alegria de pegar no livro físico, sentir, cheirar, beijar. Como Lu mesma falou, os talentos acabam se destacando. Lu, desejo a você muito sucesso. Beijos Lilian Reis.

Laísa Couto disse...

Parabéns à querida Lu!!

Ela merece todo sucesso!

Mariane Lobo disse...

Joice, admiro suas iniciativas, meus parabéns ;] apoio totalmente sua ideia.

Quanto a Lu, eu não conhecia, e me interessei bastante pelo assunto do livro - anjos me fascinam loucamente! Romances, então, nem se fala - e gostei demais do trecho que li. Sucesso!

Marli Carmen disse...

Adorei a entrevista.
Apenas discordo em relação de que as portas de abrem para aqueles que tem talento. As portas se abrem para aqueles que escrevem o que as editoras querem vender. Tem muita gente com talento em todas as áreas e não é reconhecido...não é bem por esse caminho...
Beijos

 renata massa